quinta-feira, 4 de setembro de 2014

O Trem como solução para o Estado de São Paulo


Lorival Messias é vereador em Valinhos pelo 4º mandato, presidente da Câmara e do Parlamento Metropolitano. Também é um dos defensores da ferrovia no país e do transporte ferroviário de passageiros para melhorar a mobilidade urbana no estado de São Paulo, tanto que foi eleito Coordenador da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Transporte Ferroviário de Passageiros das Regiões de Campinas e Jundiaí. Após três anos de luta, solicitando o retorno do trem aos trilhos da região de Campinas, os primeiros frutos começam a aparecer: o governo do Estado anunciou que a licitação das obras será feita em outubro, contemplando a região de Campinas. Conheça um pouco mais desse trabalho em prol da ferrovia do interior paulista.

1) O senhor é vereador em Valinhos e desde 2011 integra um movimento para retorno do trem de passageiros. O que consiste este movimento e que cidades seriam atendidas?

O movimento que faço parte pede o retorno dos trens regionais para todo o Estado, por acreditarmos que o transporte ferroviário é a única forma de desafogar as rodovias paulistas e oferecer uma melhor mobilidade urbana em todo o Brasil.

Para a região de Campinas, especificamente, pedimos a extensão dos serviços da Linha 7 – Rubi da CPTM até Campinas, atendendo os municípios de Jundiaí, Louveira, Vinhedo, Valinhos e Campinas, com posterior interligação a demais municípios, como Americana e Sumaré.

2) E quais as vitórias que o movimento conseguiu deste então?

No início, quando falávamos em trem regional, ninguém acreditava que seria possível o retorno do transporte ferroviário de passageiros, nem mesmo o secretário estadual queria ouvir a nossa proposta. Foram muitas audiências públicas realizadas na região para ouvir o que a população tinha a falar sobre o retorno do trem. Felizmente, a população sempre foi muito receptiva, dando claras demonstrações de que gostaria de ter um novo modelo de transporte implantado no Estado.

Diante desse clamor, a Secretaria Estadual fez estudos técnicos na região que apontaram essa necessidade, bem como, a viabilidade técnica das operações.

Estivemos reunidos em janeiro com a equipe da Secretaria de Transportes Metropolitanos e eles nos confirmaram que as licitações para contração da empresa responsável pelas obras teria início ainda este ano.

3) Em sua opinião, quais as vantagens do retorno do transporte ferroviário na Região de Campinas?

A região de Campinas conta com aproximadamente 3 milhões de habitantes e as cidades estão cada vez conturbadas. Os moradores, tanto poderão deslocar-se para a Capital, como também poderão fazê-lo, entre as demais cidades atendidas pela CPTM.

A opção do transporte dos trens da CPTM para Campinas e Região, também terá reflexos na melhoria do sistema de transporte rodoviário, com uma redução considerável de veículos, e ônibus que viajam até São Paulo, principalmente pelas rodovias Anhanguera e Bandeirantes, que se encontram bastante saturadas, com trânsito pesado, e engarrafamentos diários.

Outra grande vantagem dos trens, é que possuem como fonte de energia, a alimentação elétrica de seus motores, (energia limpa) não produzindo poluentes ao meio ambiente.

Os embarques/desembarques de passageiros, são realizados do centro de uma cidade ao centro de outra, ainda mais, o transporte da CPTM no município de São Paulo, é interligado ao sistema do METRÔ, e traz perspectivas de mais um outro meio de deslocamento dentro da capital paulista.

Afora isso, o trânsito urbano da cidade de São Paulo, que já está muito próximo do caos, com vários congestionamentos diários, em especial, nos dias de chuva, terá uma redução expressiva na circulação de veículos (carros e ônibus) vindos do interior.

4) A ideia é utilizar o mesmo traçado existente em cidades que já possuem a malha ferroviária?

Antes da extinção da FEPASA – FERROVIA PAULISTA S/A,- ocorrida em 1.998 – Campinas, Valinhos, Vinhedo e Louveira, já eram atendidas e beneficiadas pelos chamados “trens de subúrbios da FEPASA” que corriam de Campinas à São Paulo.

Portanto, toda a infraestrutura/obras necessárias para a expansão dos serviços de transportes de passageiros da CPTM de Jundiaí à Campinas, já estaria pronta, tendo um baixíssimo custo ao Estado se comparados com outros projetos de trens regionais, vez que, neste trecho ferroviário – linhas férreas duplas – já circulavam esse tipo de trem, e possuem melhores condições.

Campinas, Jundiaí e até mesmo Hortolândia já possuem grandes oficinas de manutenção de locomotivas/trens que se encontram desativadas, e que poderão ser utilizadas pela CPTM – na manutenção e consertos dos trens, abrindo a possibilidade de criação de novos empregos no setor ferroviário em nossa região.

5) Como as demais autoridades podem auxiliar esse movimento?

A Lei nº 12.587/12 da Política Nacional de Mobilidade Urbana determinou que as cidades são obrigadas, em até três anos, elaborarem planos diretores sob pena de não receberem nenhum tipo de auxílio federal para projetos de mobilidade urbana.

Considerando que esta lei estabelece o desestímulo ao uso do automóvel, as melhorias do transporte coletivo, o estímulo ao transporte não motorizado e a integração entre o uso do solo e dos transportes, é necessário que as autoridades planejem desde já o regresso do trem, incluindo o transporte ferroviário em seus planos diretores para que assim, as cidades possam, futuramente e, aos poucos, adequar suas estruturas.

6) E a população, também pode ajudar?

Sim, a população pode e deve participar assinando a adesão à nossa frente, contribuindo com debates e comparecendo nas audiências públicas realizadas no Estado.

7) O senhor avalia que com o início da operação do transporte ferroviário, outros meios de transporte, como os ônibus, por exemplo, terão prejuízo?

Não, pelo contrário. Com a volta do transporte ferroviário, esperamos, cada vez mais, fazer com que a população deixe o carro em casa e vá trabalhar fazendo uso do transporte público. O trem será apenas um dos meios e, para ele funcionar bem, deve estar integrado a demais meios de transporte: ônibus, bicicleta, metrô, táxis. Mas para isso, precisamos aumentar a participação dos trens no transporte de massa. Em 2012, os trens carregam só 3% dos passageiros do País, incluindo o metrô na conta.

Lorival é candidato a Deputado Estadual – 90100

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Frente Parlamentar Ferroviária realiza Audiência Pública nesta 4ª feira em Americana.

Presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária, Vicente Abate, é o convidado especial
O município de Americana discute nesta quarta-feira, 13, a implantação dos Trens Regionais no interior do Estado, a partir de Audiência Pública na Câmara Municipal, organizada pela Frente Parlamentar Mista em Defesa do Transporte Ferroviário nas Regiões de Campinas e Jundiaí. O evento tem o apoio dos vereadores de Americana, Paulo Chocolate e Profº. Luiz Renato.

Assim como Americana, outros municípios já fizeram essa discussão, como Valinhos, Vinhedo, Louveira, Jundiaí e Campinas. De acordo com o coordenador da frente, o presidente da Câmara de Valinhos, Lorival Messias (PROS), o objetivo desses encontros é o de reivindicar mais um modelo de transporte para o Estado, que faça a ligação entre as cidades.

CPTM“A população precisa de um transporte de massa, que seja barato e rápido. O trem só vem a somar com os demais meios de transporte, vai incentivar as pessoas a deixarem o carro em casa e, assim, conseguiremos diminuir os congestionamentos nas rodovias, que há tempos estão saturadas”, explica Lorival.

Para ampliar as discussões acerca do tema, o presidente da ABIFER (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária), Vicente Abate, fará uma palestra sobre a importância das ferrovias para o país, em especial, à Região Metropolitana de Campinas.

A Frente Parlamentar Ferroviária é composta por dezenas de autoridades e lideranças das regiões de Campinas e Jundiaí que possuem o mesmo objetivo: o regresso do trem de passageiros interligando as cidades. Além do vereador Lorival, integram a coordenação da frente o vereador de Louveira Reginaldo Lourençon, o suplente de vereador em Vinhedo, Carlinhos Paffaro e o presidente do Sindicato dos Ferroviários Paulistas, Francisco Aparecido Felício.

O evento tem início às 19h e é aberto à população que poderá se manifestar sobre o tema. A Câmara Municipal de Americana está localizada na Praça Divino Salvador, nº 5.

Três anos de campanha

Neste mês de agosto a luta pelo retorno de trens de passageiros completa três anos. Segundo os coordenadores do movimento, muitos avanços foram contabilizados no período, como o anúncio da abertura das licitações das obras do trem neste ano; reuniões entre os prefeitos da região destacando a importância dos municípios preverem desde já o transporte ferroviário em seus Planos Diretores e, sobretudo, o engajamento popular que o movimento tem recebido.

Serviço:

Audiência Pública sobre implantação dos Trens Regionais

Dia 13 de agosto às 19h

Câmara Municipal de Americana

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

5 dados mostram como o transporte público não é prioridade no Brasil


Embora seja responsável por apenas 30% das viagens feitas nas maiores cidades do país, o transporte individual (carros e motos) recebe três vezes mais recursos públicos do que o transporte coletivo.

Os dados estão entre os números apresentados no relatório Sistema de Informações da Mobilidade Urbana, da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), divulgado na semana passada.

A ANTP analisou 5 aspectos relativos à mobilidade, sempre comparando o transporte coletivo com o individual. Os dados incluem os municípios brasileiros com mais de 60 mil habitantes. No total, foram incluídas 438 cidades, responsáveis por 61% da população nacional.

Veja a seguir os 5 números do relatório que mostram que, apesar do discurso de priorização do transporte público, a realidade atual ainda é outra:

1. 57,2% das distâncias percorridas pelas pessoas é feita em transporte público

Em 2012, ano de referência da pesquisa, os brasileiros percorreram 432 bilhões de quilômetros, usando várias formas de deslocamento (carro, moto, ônibus, trilhos, bicicleta e até a pé).

Enquanto o transporte público é responsável por 57,2% das distâncias percorridas, os automóveis só são usados para 31% das distâncias.

2. O transporte coletivo representa 29% das viagens, mas consome 49% do tempo gasto pelas pessoas

Segundo a pesquisa, os moradores das cidades analisadas gastam 22,4 bilhões de horas por ano em seus deslocamentos.

Quase metade (49%) deste tempo é gasto em transporte público - embora só 29% das viagens sejam feitas por meios de transporte público.

3. 72% de toda a energia consumida em transportes em um ano foi gasta por automóveis

São consumidos cerca de 13,5 milhões de Toneladas Equivalentes de Petróleo (TEP) por ano nos deslocamentos. Deste total, 72% é gasto no uso do automóvel e 24% no transporte público.

4.Transporte individual é responsável por 77% dos gastos públicos com mobilidade

Em 2012, os custos individuais em mobilidade foram estimados em R$ 184,3 bilhões, dos quais o transporte individual é responsável por 79%.

Os custos arcados pelo poder público foram estimados em R$ 10,3 bilhões por ano, sendo que 77% é destinado ao transporte individual.

Por custo individual entende-se os arcados pelos usuários ou por empregadores quando há uso de vale transporte. Por custos arcados pelo poder público, entende-se o gasto com manutenção do sistema viário.

5. Transporte individual provoca custo de acidente de trânsito 6 vezes maior que o coletivo

O custo total com acidentes de trânsito é de R$ 15,2 bilhões por ano. O transporte coletivo responde por um gasto de R$ 2,2 bilhões, enquanto o transporte individual consome R$ 13 bilhões, mais de 6 vezes mais. 

Fonte: Portal do Trânsito/Já é Notícia

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Viagem de MG ao ES de trem será feita em composição de luxo a partir de agosto

Mineradora Vale investiu US$ 80,2 milhões para aquisição da nova frota. Vagões são climatizados e obedecem a padrões europeus de qualidade

Estado de Minas

As pessoas que já viajaram de trem, ou mesmo aquelas que têm curiosidade de embarcar em um transporte ferroviário, vão ter um novo motivo para utilizar esse meio de transporte a partir da segunda quinzena de agosto. Nessa data, vai entrar em circulação o Trem de Passageiros da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM). De acordo com a mineradora Vale, o investimento para a aquisição da nova frota foi de US$ 80,2 milhões, o que vai possibilitar aos passageiros o embarque e desembarque em 30 pontos ao longo da malha atendida pelo serviço.

No início deste ano, a Vale anunciou o investimento para a compra dos carros que irão operar na estrada de ferro. Fabricados na Romênia, os vagões obedecem a padrões europeus de qualidade. De acordo a empresa, serão 56 novos carros, sendo 10 executivos e 30 econômicos. Ainda como parte do investimento, estão novos carros para restaurante, lanchonete, gerador e cadeirantes, que foram integrados à frota.

Cada carro executivo tem capacidade para transportar 57 passageiros e os econômicos vão poder trafegar com 75 pessoas. Porém, em ambas as classes os carros são climatizados e contam com tomadas elétricas individuais nas poltronas para possibilitar o carregamento de notebooks e celulares. A área executiva custa R$ 91 para todo o percurso e terá sistema de som e iluminação individualizados para dar maior conforto e comodidade aos viajantes. Os carros-restaurante terão 72 lugares, aumento de 56% em relação às composições que operam atualmente. O setor econômico custa R$ 58.

O novo Trem de Passageiros da Estrada de Ferro Vitória a Minas ainda oferece banheiros modernos, com layout e tecnologias voltadas a priorizar o uso sustentável dos recursos naturais, como a substituição de papel-toalha por ar quente para a secagem das mãos. Toda a composição ainda vai contar com detector de fumaça, para aumentar a segurança dos usuários. Os passageiros vão ter displays externos e internos que exibem informações gerais sobre a viagem.

O trajeto de Minas Gerais para Vitória (ES) tem extensão de 664 quilômetros e passa por 42 municípios. A mineradora informou ainda que mais de R$ 1 milhão de passageiros são transportados por ano. 

Estado de Minas

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Parlamento busca revitalização de ferrovias no Estado de SP

Da Redação: Josué Rocha

Lorival Messias: Coordenador da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Transporte Ferroviário de Passageiros nas regiões de Campinas e Jundiaí

As primeiras companhias ferroviárias no Estado de São Paulo surgiram na década de 1860, tendo como força motriz as plantações de café. O sucesso da interligação entre Santos e Jundiaí estimulou a formação de outras vias, dando acesso às regiões de Itu, Sorocaba e Mogi das Cruzes. O modal ferroviário, tão importante no início do século 20, começa a sofrer declínio com o apoio do governo à indústria automobilística, atraindo montadoras americanas e europeias, o que levou a construção de inúmeras rodovias. 

A poluição provocada pelos automóveis, os congestionamentos constantes nas grandes metrópoles e o alto custo do combustível têm feito o país buscar alternativas para o transporte terrestre. A revitalização da malha ferroviária do Estado é uma dessas alternativas e está na pauta da Assembleia Legislativa. 

Desde 2011 - primeiro ano da atual legislatura " foram promovidas audiências públicas, envio de ofícios requerendo providências, reuniões com autoridades e empresários do setor, além de inúmeras diligências ao interior paulista. Naquele ano, inclusive, foi criada a Frente Parlamentar em Defesa da Malha Ferroviária Paulista, com apoio de mais de 20 parlamentares e coordenada por Mauro Bragato (PSDB). 

O representante da Secretaria estadual dos Transportes, Milton Xavier, durante audiência pública na Assembleia Legislativa, em abril de 2014, elogiou a iniciativa de se colocar a defesa do modal ferroviário na agenda do Parlamento. "As estradas estão entupidas, a mobilidade e os custos logísticos ficaram insustentáveis", afirma Xavier. Ele observa que o Estado de São Paulo já percebeu o equívoco cometido pelos governantes nos últimos 60 anos ao incentivarem, quase que exclusivamente, o modal rodoviário. Ele afirma que atualmente há políticas públicas também para a ferrovia. 

Interior paulista 

A manutenção e a expansão da malha ferroviária em direção ao interior paulista suscitaram várias intervenções parlamentares. A cidade de São José do Rio Preto, em novembro de 2013, sofreu com o descarrilamento de um trem da América Latina Logística (ALL). Dois vagões que transportavam milho atingiram uma casa e acabaram matando oito pessoas. O deputado Sebastião Santos (PRB) iniciou, à época, uma campanha pedindo a retirada dos trilhos do perímetro urbano de Rio Preto. A ferrovia passa por 27 bairros e pelo distrito de Engenheiro Schmitt. Segundo o parlamentar, a prefeitura daquela cidade, desde 2009, tem um projeto apresentado ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) solicitando a construção de um contorno ferroviário para desviar os trens. Segundo o projeto, a linha sairia de Cedral e seria levada até Mirassol, passando por áreas rurais. 

A malha ferroviária pertence ao governo federal, razão pela qual o abaixo-assinado foi destinado a autoridades federais. A obra está avaliada em R$ 300 milhões, valor que tem sido impeditivo para a mudança. O apelo é para que o governo apóie o município nesse desvio. 

A construção da Ferrovia Norte-Sul (FNS), que terá trecho em território paulista, também fez parte dos debates. Prefeitos e vereadores da região de Campinas e Sorocaba acompanharam, na Assembleia Legislativa, audiência pública promovida pela Frente Parlamentar que teve exposição do secretário estadual Jurandir Fernandes de vídeos e mapas relacionados à expansão do modal ferroviário. 

Fernandes explanou sobre a revitalização de mais de 200 quilômetros de vias férreas e disse que o governo paulista tem interesse em que esta ferrovia atenda a região do Oeste paulista, indo de Estrela d"Oeste até Panorama, passando por Presidente Epitácio. 

Essa linha férrea, projetada para promover a integração nacional, minimizar custos de transporte e interligar as regiões brasileiras, por meio das suas conexões com ferrovias novas e existentes, quando estiver pronta, ligará Barcarena (Pará) até Rio Grande (Rio Grande do Sul). Desde 2006, a Valec, empresa pública vinculada ao Ministério dos Transportes tem sido a responsável pela construção da ferrovia. Em 2012, a Valec concluiu o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental " EVTEA do trecho de Estrela d"Oeste a Panorama. Também contratou o EVTEA dos segmentos Panorama a Chapecó/SC. 

Em Presidente Prudente, num encontro do coordenador da Frente, deputado Mauro Bragato (PSDB) com lideranças políticas regionais, foi solicitado o retorno das atividades das linhas férreas pela América Latina Logística (ALL), empresa que administra a malha naquela região. No encontro, várias empresas com atuação naquela cidade, expuseram a necessidade da retomada do transporte ferroviário, o que facilitará o escoamento da produção. 

Manutenção 

Já em Rio Claro, o que se pleiteia é a transferência das oficinas de manutenção ferroviária do centro da cidade para a região do Jardim Guanabara. O deputado Aldo Demarchi questionou, em reunião realizada pela Comissão de Transportes e Comunicações da Assembleia Legislativa, o superintendente da ALL, Evandro Abreu de Souza, sobre a demora na concretização desse projeto. Segundo Souza, a transferência do local das oficinas depende de autorização do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT). "Conforme ficou estabelecido no contrato de concessão, cabe ao DNIT elaborar projetos e executar obras referentes à malha ferroviária", afirmou. 

O Ministério Público Federal também participa ativamente dos debates. Neste ano, audiência pública da Frente ouviu o procurador da República Luis Roberto Barroso, que apontou irregularidades praticadas pela concessionária ALL, como a troca de trilhos e dormentes por outros de qualidade inferior, bem como o abandono do serviço de transporte de carga na região de Presidente Prudente. O jurista defende a retomada do serviço público pelo poder concedente. 

Na oportunidade, Ed Thomas (PSB), parlamentar oriundo da região, também criticou duramente a postura da concessionária. "Uma região que já foi produtora de algodão, milho, carne, tomate, amendoim, dentre outros, agora está abandonada". Em resposta, o diretor da ALL, Pedro Roberto de Almeida, propôs uma reunião com o representante do Ministério Público a fim de se buscar um acordo, prometendo disponibilizar trens para transporte se os produtores estiverem dispostos a assinar um contrato a respeito. 

Já Roberto Massafera (PSDB) ponderou sobre as limitações que os agentes públicos encontram. Segundo ele, a cidade de Araraquara, embora tenha recebido verba para deslocar a linha férrea que passa no centro da cidade para o entorno do município, ainda não conseguiu realizar a obra. 

Jean Mafra, da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), órgão responsável por fiscalizar o setor, o cumprimento das cláusulas dos contratos, os direitos e obrigações das partes envolvidas no contrato de concessão, afirmou que produção e segurança são os pilares observados pela ANTT. Ele afirmou, na ocasião, que a agência tem observado o incremento de investimento no transporte de cargas de forma gradual e crescente. Por outro lado, deve se buscar sempre maior segurança, tornando decrescente o número de acidentes. 

Informações de Agência Alesp; Jornal Unicamp (pesquisa de Cristina de Campos);  portal da Valec (Engenharia, Construções e Ferrovias S.A) e Sindicato dos Ferroviários

terça-feira, 8 de julho de 2014

O que é mobilidade urbana?


Mobilidade urbana é a condição em que se realizam os deslocamentos de pessoas e cargas no espaço urbano de um Município. Assim, a mobilidade urbana adequada é obtida por meio de políticas de transporte e circulação que visam a melhoria da acessibilidade e mobilidade das pessoas e cargas no espaço urbano, através da priorização dos modos de transporte coletivo e não motorizados de maneira efetiva, socialmente inclusiva e ecologicamente sustentável.

No Brasil, a lei federal nº 12.587, de 2012 estabeleceu as seguintes diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana:

1. integração com a política de desenvolvimento urbano e respectivas políticas setoriais de habitação, saneamento básico, planejamento e gestão do uso do solo no âmbito dos entes federativos;
2. prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os motorizados e dos serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado;
3. integração entre os modos e serviços de transporte urbano;
4. mitigação dos custos ambientais, sociais e econômicos dos deslocamentos de pessoas e cargas na cidade;
5. incentivo ao desenvolvimento científico-tecnológico e ao uso de energias renováveis e menos poluentes;
6. priorização de projetos de transporte público coletivo estruturadores do território e indutores do desenvolvimento urbano integrado; e
7. integração entre as cidades gêmeas localizadas na faixa de fronteira com outros países sobre a linha divisória internacional.

Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Mobilidade_urbana