quarta-feira, 19 de março de 2014

Paulo “Chocolate” integra Frente Parlamentar Ferroviária

Presidente da Câmara de Americana é o mais novo integrante da Frente que busca trazer o trem de passageiros de volta à região


A Frente Parlamentar Mista em Defesa do Transporte Ferroviário de Passageiros das Regiões de Campinas e Jundiaí acaba de ganhar um representante de peso, entre as autoridades que integram o movimento.

Ao lado do coordenador da frente, vereador Lorival Messias de Oliveira (PROS), o presidente da Câmara de Americana, Paulo Chocolate (PSC), assinou na sexta-feira, 14, sua adesão à campanha que tem por objetivo reativar o transporte de passageiros na região de Campinas.

“Precisamos muito de um novo tipo de transporte para a RMC. O trem certamente é o melhor para todos e o único capaz de trazer mobilidade as cidades”, afirmou Chocolate.

Para o vereador Lorival, mesmo com o anúncio realizado pelo governo estadual de que a licitação para início das obras seria feita esse ano, a campanha irá continuar. “Queremos ver o trem em pleno funcionamento o mais rápido possível. 

Queremos agilidade na sua implantação da mesma maneira em que são entregues as novas faixas nas rodovias. A população já mostrou que quer o trem de volta, então ele tem que sair”, reiterou o coordenador.

No encontro, o vereador Lorival confirmou a realização de uma audiência, ainda no primeiro semestre, na cidade de Americana. A intenção é que a população conheça o projeto que vem sendo pleiteado desde 2011.

domingo, 9 de março de 2014

Velhos, trens urbanos desperdiçam energia

Metade da frota de quase 4.000 trens urbanos e metrôs do Brasil, comprada em sua maioria nas décadas de 1970 e 1980, consome 30% mais energia que os modelos mais modernos.

É o que aponta levantamento da associação do setor ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários), cujo presidente, Joubert Flores, convive com o pior exemplo na própria casa: um dos trens da empresa que ele dirige, o Metrô do Rio, é o que mais consome energia no mundo.

O trem foi construído em 1978 pela Mafersa, estatal adquirida pela francesa Alstom anos depois. Pesando 40 toneladas, ele utiliza uma tecnologia antiga de tração (por corrente contínua), já substituída nos trens mais modernos.

O alto consumo de energia tem impacto no sistema elétrico nacional, já que os sistemas ferroviários de passageiros consomem 0,5% da energia do país, grande parte nos horários de pico.

Mas o principal prejudicado, para Flores, é o passageiro, que tem de pagar por isso. Dos custos da Supervia (trens urbanos do Rio de Janeiro), 25% são para a energia. Na CPTM (trens urbanos de São Paulo), o valor é 16%. Essas empresas já começaram a modernizar seus trens.


Nova Lei

Uma mudança na lei para que a energia usada pelas empresas de transporte de passageiros seja taxada de forma igual à das concessionárias de água faria os custos das tarifas cair entre 5% e 10%, segundo estimativas do setor.

Seria correspondente ao valor de R$ 0,20, número que virou o símbolo das manifestações de junho de 2013 – foi o valor do aumento da tarifa de ônibus em São Paulo e no Rio de Janeiro naquele ano, depois revogado após a mobilização da população.

O projeto para essa mudança tramita desde 2008 no Congresso, segundo seu relator, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP). De acordo com ele, a proposta é reduzir o valor de vários custos do transporte para repassá-los às tarifas.

Palavrão

Pelos cálculos, o governo teria que compensar as empresas de energia com R$ 300 milhões a R$ 400 milhões ao ano para reduzir a conta de luz das ferrovias. Segundo Zarattini, a proposta deveria ter sido aprovada no ano passado. Mas, como o governo está em dificuldade fiscal, não há um novo prazo. “Quando houve o aperto fiscal, virou palavrão falar em desoneração.”

Mas a ANPTrilhos está propondo ao governo federal usar os recursos dessa desoneração para trocar sinalização e os motores de toda a frota nacional num prazo de dez anos. O custo seria de R$ 2,8 bilhões. Isso ajudaria a reduzir o consumo e a aumentar a disponibilidade de trens.

Joubert Flores defende esse programa porque o governo está anunciando projetos novos de trens e metrôs. Ao menos 60 projetos de ferrovia de passageiros foram anunciados, mas a associação acredita que apenas 22 tenham chance de ficar prontos até 2020.

Mas Flores informa que não há recurso disponível para melhorar o sistema existente, que atende a 9 milhões de passageiros/dia.”Reduzir as tarifas não vai levar os passageiros a ter o que pediram durante os protestos: melhor qualidade do serviço. Para isso, são necessários investimentos, que, hoje, não podem ser feitos com os recursos das tarifas.” Outro benefício, segundo Flores, seria incentivar a indústria ferroviária nacional.

Boa Informação