quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

2034. Uma rede ‘europeia’ de linhas de metrô

Malha será comparável à de Berlim e Paris, mas não há previsão de vagões mais vazios


Parece sonho, mas se os projetos governamentais para o transporte público saírem do papel, São Paulo finalmente terá, em 2034, uma rede de metrô com extensão similar ou até superior à de Berlim (332 km) e Paris (214 km). O mais atualizado plano de expansão da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos mostra um sistema metroviário com 342 km em 2030. Hoje, a cidade possui apenas 74 km de trilhos e tem na mobilidade urbana um de seus maiores desafios.

Na malha prevista para o futuro, a zona norte de São Paulo, que hoje é servida apenas pela Linha 1-Azul, teria três novos ramais, entre eles o chamado Arco Norte, que vai conectar a região de leste a oeste, passando por bairros como Freguesia do Ó, Casa Verde e pela região às margens da Rodovia Presidente Dutra. Bairros no extremo da zona leste também deverão ganhar estações. Há previsão de linhas chegando ao Jardim Iguatemi, São Mateus, Vila Curuçá e Cidade Tiradentes. "Estamos configurando a rede com intensidade, com muito mais quilometragem, mas também com a racionalidade de redistribuí-la fugindo da concentração central", diz Jurandir Fernandes, secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos.

Na rede de trens, linhas ambiciosas também são prometidas, entre elas o chamado Arco Sul, que vai ligar Alphaville, em Barueri, ao ABC, passando pela zona sul da capital, em uma extensão de mais de 65 km. Essa seria a maior linha da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). De Santo André, onde o Arco Sul terminaria, outra linha partiria rumo a Guarulhos. Com esses e outros projetos, a malha ferroviária passaria dos atuais 260 km para 448 km em 2030, segundo o projeto da secretaria.

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"O plano de infraestrutura vai dar certo porque já está sendo feito. Vivíamos falando, nas décadas de 1980 e 1990, que iríamos fazer, e não fizemos nada. Foram décadas perdidas, por questões macroeconômicas e por falta de alinhamento de políticas públicas. Hoje, você tem esse alinhamento. Não há gestor daqui da Região Metropolitana que hoje não tenha esse pensamento", diz Fernandes.

Mas quem pensa que uma rede digna de primeiro mundo vai ter todos os passageiros transportados sentados e com conforto não deve ficar tão otimista. Mesmo nas grandes metrópoles da Europa e dos Estados Unidos, o transporte público de alta capacidade é cheio, cenário que deverá se repetir na capital paulista. "O planejamento tenderá a colaborar para melhorar a eficiência da mobilidade, mas o problema nunca vai estar totalmente resolvido. Na condição de metrópole, São Paulo atrai pessoas, eventos, serviços. Isso impacta na mobilidade. Mais metrô ajuda, mas isso tem um limite. Se você for pegar o metrô na hora do rush em qualquer metrópole do mundo não deixará de ficar espremido", diz Rovena Negreiros, diretora de Planejamento da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa).

Integração. Outra tendência que poderá melhorar a mobilidade dos paulistanos daqui a 20 anos será a integração de vários tipos de transporte, entre eles os não motorizados. "Todas as novas estações hoje contemplam bicicletários. Algumas linhas, como nos monotrilhos das Linhas 15-Prata e 18-Bronze, terão ciclovias em toda as suas extensões", diz o secretário Jurandir Fernandes.

Para ele, até o compartilhamento de carros, já presente em 160 cidades da Europa, poderá tornar-se popular em São Paulo. "Lá, as pessoas estão deixando de ter o segundo carro de família. O primeiro carro seria para passeios; o carro para trabalho é compartilhado. E já está havendo um avanço desse sistema nos Estados Unidos, que é deixar o próprio veículo no ponto de compartilhamento. Então, a pessoa vai para o trabalho de manhã e deixa o carro em uma estação para ser usado por outros. Isso ajuda o dono a pagar os custos do automóvel. É uma mudança de comportamento interessante."

A melhoria nos transportes implicará em um aumento da qualidade de vida do paulistano. "São Paulo vai poder ter uma vida cultural descentralizada", opina o maestro e ativista cultural Livio Tragtenberg. "Com transporte mais eficiente e mais rápido, vamos acabar com a dualidade ‘cultura de periferia’ versus ‘cultura da elite’. Teremos uma mistura das culturas e as pessoas poderão ir a todos os lugares."

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Projeto de Deputado (PT-SC) prevê punição para quem viola cruzamento entre rodovia e ferrovia


Deputado Pedro (PT-SC) Uczai afirma que o País possui 2.659 cruzamentos considerados críticos.

A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 6337/13, do deputado Pedro Uczai (PT-SC), que altera o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97) para punir quem desrespeita os cruzamentos entre rodovias e ferrovias, a passagem em nível.

O Código já pune o motorista que deixar de parar o veículo antes de transpor a linha férrea. A infração é considerada gravíssima e sujeita a multa. O projeto pretende dar a mesma pena para quem cruzar a passagem em nível quando o motorista conseguir ver um trem em aproximação e quando cruzar a passagem mesmo com a sinalização (visual ou sonora) que indica perigo.

O deputado argumenta que ainda há muitos acidentes nos cruzamentos rodoferroviários, causados basicamente por imprudência de motoristas e pedestres. “No Brasil, existe 12,3 mil cruzamentos entre ferrovias e rodovias, dentre os quais 2.659 são considerados críticos. Essa alteração no CTB quer obrigar atitudes preventivas nas passagens em nível”, justifica o autor.

Tramitação
A proposta tramita em caráter conclusivo e será analisada pelas comissões de Viação e Transportes e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Agência Câmara de Notícias

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Secretário estadual de Transportes virá a Valinhos apresentar projeto do Trem Regional

Pedido foi feito pelo Coordenador da Frente Parlamentar Ferroviária, vereador Lorival Messias de Oliveira, que também preside a Câmara de Valinhos


No mês de fevereiro, o secretário de Transportes Metropolitanos do Governo do Estado, Jurandir Fernandes, estará na Câmara Municipal de Valinhos para demonstrar, em primeira mão, detalhes do projeto do Trem Regional, cujas obras estão previstas para terem início ainda este ano.

O pedido foi feito pelo coordenador da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Transporte Ferroviário de Passageiros das Regiões de Campinas e Jundiaí, o vereador Lorival Messias de Oliveira (PROS), que também preside a Câmara Municipal de Valinhos e o Parlamento Metropolitano da RMC, em reunião realizada em São Paulo, na última sexta-feira, 17/01, com a presença do secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias Paulistas, José Antonio Matias.

“Será um privilégio recebermos a visita do secretário dando detalhes de um dos maiores projetos de mobilidade urbana previstos para a região. Iremos mobilizar um grande número de pessoas e autoridades para participarem dessa apresentação”, comemorou o vereador Lorival.

Durante a reunião, o secretário antecipou os trâmites do processo licitatório para a obra, que deve ocorrer por meio de Parceria Público Privada, bem como, detalhes da tecnologia que será empregada na malha viária. Segundo Fernandes, a proposta é que seja utilizado o traçado já existente, com material roldante e sistema pendular. “Já encaminhamos o projeto ao Ministério dos Transportes e aguardamos a cessão das terras. O projeto Jundiaí, Campinas e Americana, servindo todas as cidades já está bem avançado”, reforçou. 

Soluções para as metrópoles

Dos trilhos das antigas locomotivas que levavam de um lado para o outro os moradores das grandes cidades do país, surgem os Veículos Leves sobre Trilhos – VLTs. Mais modernos, rápidos e econômicos, esses modelos começam a mudar a paisagem das metrópoles. No Nordeste, esse tipo de trem a diesel já é realidade no Ceará, Pernambuco, Alagoas e deve chegar à Paraíba e Rio Grande do Norte no próximo ano. Eles se somarão aos trens regionais, metrôs, BRTs (Bus Rapid Transit) e ônibus para dar maior mobilidade aos grandes centros através da integração do sistema.

Mas o aquecimento do aparelho ferroviário brasileiro se dá após longo período de arrefecimento e da necessidade de tornar possível a mobilidade urbana. É provável que, até 2020, o Brasil chegue a quatro mil quilômetros de trilhos – hoje a malha ferroviária é de apenas mil quilômetros e o Nordeste responde por 10% das estradas de ferro. Embora reconheça que a indústria ferroviária foi desprezada durante anos, o presidente da Abifer – Associação Brasileira da Indústria Ferroviária, Vicente Abate, vê uma retomada de investimentos.

Ele ressalta os aportes feitos no transporte de pessoas por trens e metrôs e crê que os gastos do Governo Federal cheguem a R$ 100 bilhões até 2020. Vicente Abate informa que apenas por meio do PAC Equipamentos já foram investidos R$ 700 milhões. Desses, aproximadamente R$ 200 milhões estão sendo aplicados no sistema ferroviário nordestino. Ele lembra ainda que o programa PAC Mobilidade prevê gastos de R$ 32,7 bilhões para a mobilidade urbana, sendo R$ 20 bilhões direcionados ao setor metroferroviário. “É uma revolução do setor ferroviário de passageiros nas regiões metropolitanas. Vivemos uma nova realidade. Hoje, saímos das velhas locomotivas para veículos mais modernos, econômicos e confortáveis”, observa. O presidente da Abifer considera que os gestores estão reconhecendo a necessidade de apostarem nesse tipo de transporte de passageiros.

Mais gastos - Além dos VLTs que já estão sendo implantados nas cidades do país, inclusive as do Nordeste, o Programa de Trens Regionais de passageiros, do Ministério dos Transportes, selecionou 14 trechos para a elaboração de estudos de viabilidade técnica, econômica, social, ambiental e jurídico-legal para a implantação de trens para o transporte de passageiros de forma regular. Nele, foram contemplados cinco estados nordestinos: Sergipe, Pernambuco, Bahia, Maranhão e Piauí. Em fase avançada de análise estão os trechos Teresina (PI) – Codó (MA), com 205 km de extensão; Conceição da Feira - Salvador – Alagoinhas – Feira de Santana (238 km), no estado da Bahia; e São Luis – Itapecurú-Mirim, no Maranhão.

Fonte: Revista Nordeste

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Prefeitura de Canoas assina anteprojeto para linhas do aeromóvel


Canoas – Durante reunião mensal do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Conselhão), na manhã desta quarta-feira, o prefeito Jairo Jorge reiterou a previsão de operação do aeromóvel em 2016. Na primeira etapa o transporte segue por seis quilômetros entre o Mathias Velho e o Guajuviras. Um passo dado nesta quarta na Cics, no entanto, pode agilizar as negociações e garantir os recursos: a assinatura de um contrato com a Empresa Aeromóvel Brasil para a elaboração de um anteprojeto.

Ao custo de 1,1 milhão de reais, o estudo ajudará na captação de financiamento a partir de março. “O estudo pronto será apresentado à Caixa e ao Ministério das Cidades”, explicou o prefeito. Além de Jairo, assinou o contrato o diretor-presidente d Coester Automação S.A, Oskar Coester.

Saiba mais:

O projeto do aeromóvel em Canoas está dividido em três etapas: a linha 1 ligará o trensurb ao Guajuviras, a linha 2 irá do trensurb ao Mathias Velho e a linha 3 da Boqueirão até o bairro Marechal Rondon, passando pelo shopping que será construído na região neste ano.

A linha 1 percorrerá basicamente as avenidas Boqueirão e 17 de Abril. Ao contrário do aeromóvel já em operação no Aeroporto Internacional Salgado Filho - o primeiro do Brasil -, este terá duas vias, permitindo o trânsito das composições simultaneamente nos dois sentidos.

O trajeto será de seis quilômetros, começando na estação Mathias Velho do trensurb. Estão previstas nove estações. Os veículos andarão a uma velocidade média de 60 quilômetros por hora. A capacidade será de 300 passageiros por viagem e até 60 mil por dia. Seis veículos irão operar ao mesmo tempo e um ficará como reserva.

Fonte: Diário de Canoas 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Transporte Verde: conheça o VLT - Veículo Leve sobre Trilhos

O VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) é um pequeno trem urbano movido à eletricidade. O meio de transporte também é comparado aos antigos bondes, porém é mais rápido e faz menos paradas durante o trajeto.

Este veículo pode carregar até quatro vezes mais pessoas do que um ônibus pela metade do custo da implantação de uma linha de metrô, já que não possui paradas subterrâneas. O VLT normalmente trafega na altura das vias ou sobre trilhos elevados.

Considerado um meio de transporte sustentável, estes veículos utilizam materiais ecologicamente amigáveis e são movidos à energia elétrica ou a biodiesel, por isso não emitem poluentes. Além disso, são muito mais silenciosos e ecológicos do que os transportes convencionais e possuem controle automatizado, que os torna mais seguros.

Os especialistas em transporte urbano consideram o veículo leve a melhor alternativa aos problemas de locomoção das grandes cidades brasileiras. Cerca de 50 municípios estudam a utilização dos VLT’s.

A primeira linha de VLT brasileira foi implantada no sertão nordestino, ligando Crato à Juazeiro do Norte, no Ceará. O metrô do Cariri, como é chamado por lá, foi inaugurado em 2009.

Cuiabá, Brasília, Santos, Rio de Janeiro e São Paulo também pretende implantar a solução urbana, assim como Curitiba, Fortaleza e Maceió. Algumas cidades, sedes dos jogos da Copa do Mundo no Brasil, pretendem colocar os veículos em funcionamento até 2014.

Entre as vantagens do VLT estão a diminuição da poluição sonora, a pontualidade (com poucas paradas o trem trafega mais facilmente), integração com outros meios de transporte, o conforto interno e a baixa ou nenhuma emissão de CO² e poluentes.

Diversos países europeus conseguiram minimizar seus problemas de transporte público utilizando o VLT: na França, 18 cidades já utilizam o modelo; Barcelona, Buenos Aires, Dublin, Istambul, Melbourne, Rotterdam e Tenerife também já utilizam a tecnologia como solução para mobilidade urbana. Em todo o mundo, trafegam cerca de mil veículos leves sobre trilhos.

Fonte:Pensamento Verde/Mobilize Brasil

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Vale compra 56 vagões de trens para renovar frota de passageiros


São Paulo - A Vale investiu 80 milhões de dólares para aquisições de novos trens que atender passageiros da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM). A operação faz parte dos negócios de logística da mineradora.

Segundo comunicado da Vale, os novos vagões foram fabricados na Romênia e obedecem a padrões europeus de qualidade.

"Serão, ao todo, 56 novos carros, sendo 10 executivos e 30 econômicos, além de vagões-restaurante, lanchonete, gerador e cadeirante (destinado a pessoas com dificuldade de locomoção)", afirmou a companhia, em comunicado.

Os primeiros trens foram entregues no final do ano passado e estão em fase de teste. De acordo com a companhia, a previsão é que eles comecem a circular ainda no primeiro trimestre. Toda a frota nova estará na malha da EFVM até o segundo semestre do ano.

"É com muita satisfação que anunciamos a chegada dos novos trens, investimento que visa a oferecer um serviço cada vez mais seguro, moderno e confortável aos passageiros ", disse Humberto Freitas, diretor-executivo de logística e pesquisa mineral da Vale, em nota.

A Vale também afirmou que pretende renovar a frota dos trens da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e os novos vagões devem começar a operar a partir de 2015.

Revista Exame/Sindicato Sorocabana

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

MP entra com ação que visa paralisar obras do VLT em Santos, SP

A ação do Ministério Público do Meio Ambiente será analisada em 48 horas. Principal questionamento é por conta do traçado na Av. Francisco Glicério.


Por Rodrigo Martins

O Ministério Público do Meio Ambiente resolveu ingressar com um pedido de liminar com o intuito de paralisar o trecho das obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que vão do canal 1 ao canal 3, em Santos, no litoral de São Paulo. A ação cautelar foi protocolada na 2ª Vara da Justiça da Fazenda de Santos e será analisada pelo juiz Daniel Ribeiro de Paula, que tem 48 horas para apreciar a documentação e emitir um parecer sobre o caso, concedendo ou não a liminar.

Segundo a promotora Almachia Zwarg Acerbi, um acordo foi tentado para que a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) adotasse o traçado original do VLT, sem as modificações que desagradaram o Ministério Público, em especial no canteiro central da Avenida Francisco Glicério. “Nós tentamos um acordo de forma amigável, só que diante dos absurdos do inquérito, achávamos que seria possível chegar a um entendimento. Como isso não ocorreu e eles, então, aceleraram um trecho irregular, houve a necessidade da medida cautelar com o objetivo de paralisar a obra”, explica.

Almachia destaca que houve falta de informações no estudo apresentado pela EMTU. “Não havia um estudo no momento, ele foi providenciado mais tarde, mas não abordava todas as questões necessárias. Além disso, o que nos apresentaram era um projeto deficiente, omisso e ruim, que não leva em consideração o pedestre”, afirma.

O promotor Daury de Paula Júnior cita que um estudo havia sido encomendado primeiramente pela EMTU, no qual ficou apontado que o traçado original era o melhor a ser adotado. “A empresa contratada para fazer esse estudo havia dito que era melhor manter a linha antiga da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) para o VLT, que era a única necessária e a mais adequada. Porém, no curso do procedimento, sem nenhuma justificativa ou um novo estudo técnico que apresentasse que haveria melhorias no trânsito, foi feita essa alteração. O pedestre foi ignorado neste projeto. É impossível haver melhora no trânsito, neste trecho, diminuindo a faixa de rolamento. Além disso, haverá a eliminação de várias ruas, com novos cruzamentos e eles simplesmente foram ignorados no estudo que nos foi apresentado”, comenta.

Na opinião de Daury, a aceleração das obras teve a finalidade de dificultar o trabalho do Ministério Público. “Eles podiam ter começado as obras pela antiga linha férrea, em outro trecho. Parece-me que eles mexeram na avenida, naquele ponto, justamente para criar um fato consumado. Isso revela má fé do administrador, ao agir desta forma. Além disso, não se pode beneficiar este ou aquele imóvel. Só há um beneficiado nesta história toda, em detrimento de tantos moradores daquela região e da população, de maneira geral”, destaca.

A ação, que pede a suspensão da licença de instalação da obra na Avenida Francisco Glicério, poderá implicar também na paralisação de todas as instalações.

O Ministério Público do Meio Ambiente, independentemente de a liminar ser concedida ou não, deverá entrar com a ação principal em um prazo limite de 30 dias. “Tivemos reuniões e conversamos inúmeras vezes com a prefeitura e a EMTU, que negavam alterações no traçado do VLT, como se não soubéssemos ler. A postura destes dois órgãos é um absurdo. Prometeram achar documentos que comprovassem que esta era a melhor opção para o VLT e, até hoje, não acharam. O Ministério Público tentou, de todas as formas, que eles voltassem atrás para fazerem a coisa correta. Eles ignoraram toda a legislação e a população, então, é necessária a ação liminar e, posteriormente, a ação principal, na qual iremos anexar toda a documentação que temos sobre o caso”, completa Almachia Zwarg Acerbi.

Vale lembrar que, de acordo com a prefeitura de Santos, as obras do VLT devem estar prontas a partir de julho de 2014, quando o sistema poderá passar por testes. A expectativa é que o serviço seja entregue para o uso da população em 2015.

Do G1 Santos

SuperVia recebe trens nacionais e acelera renovação da frota


Rio de Janeiro – O sistema de trens urbanos do Rio, operado pela concessionária SuperVia, passará a contar com composições fabricadas no Brasil neste ano.

O secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, visitou ontem (7) a oficina da SuperVia, em Deodoro, na zona oeste do Rio, para conhecer os novos trens. Seis carros estão acoplados e, até o final da semana, mais dois devem ser entregues para completar a primeira composição.

De acordo com a SuperVia, o investimento nos trens nacionais chega a R$ 280 milhões com a construção de uma fábrica para a montagem das composições produzidas em São Paulo.

Segundo o secretário Júlio Lopes, este é o primeiro de uma série de 200 novos carros nacionais a serem entregues este ano. Além disso, a SuperVia receberá outros 240 carros encomendados na China.

"Os novos trens que adquirimos, fabricados no Brasil, vão acelerar a renovação da nossa frota, que hoje conta 94 trens novos [procedentes da China]. Os nossos investimentos para revitalizar o sistema ferroviário do Rio permitirão que os passageiros contem com um transporte cada vez melhor em seu dia a dia”, afirmou o presidente da concessionária, Carlos José Cunha.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

GE adapta fábrica de locomotivas à nova realidade


A GE Transportation, empresa da americana General Eletric especializada em fabricação de locomotivas, chega ao fim do ano com cerca de 50 pedidos em sua fábrica no Brasil. É menos da metade das encomendas de 2011, quando recebeu 116 pedidos. No ano passado, a produção já havia caído para o patamar de 50 unidades. Para se adaptar à subutilização da capacidade instalada de sua unidade de Contagem (MG), a companhia passou a fazer serviços que antes eram terceirizados e desenvolveu outros produtos. 

Mesmo com a demanda mais fraca, a GE investiu cerca de US$ 5 milhões na adaptação da fábrica para produção de um novo modelo de locomotivas. As primeiras três unidades da Dash 9 foram feitas para a Brado Logística - num negócio cujas partes não revelaram o valor. A entrega do primeiro lote ocorreu na sexta-feira. 

"Já temos pedidos de outro cliente e até março entregamos mais um lote de oito máquinas. Além disso, estamos em negociação para volumes adicionais ao longo de 2014", disse ao ValorPRO, serviço em tempo real do Valor, Rogério Mendonça, presidente da GE Transportation. 

A Dash 9 tem 50% de componentes fabricados no Brasil - as outras duas linhas de locomotivas da GE têm entre 60% e 70% de conteúdo nacional. Hoje, a Vale e a VLI são as empresas que mais usam a Dash 9. A ALL tem um número menor - todas até agora importadas dos EUA. 

A empresa, porém, depende de apoio do governo federal para garantir seus negócios. Hoje cerca de 90% das vendas são custeadas com financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 

"Como a indústria tem poucos operadores, poucos clientes, ficamos sujeitos a uma volatilidade muito grande", diz Mendonça. "Essa volatilidade é um desafio para a indústria de maneira geral. Daí a importância do plano de incentivo para a substituição de frota." Essa tem sido uma das bandeiras do setor: um plano de incentivo para que concessionários e operadores troquem locomotivas velhas por máquinas mais potentes, que gastam menos diesel e que não estão tão vulneráveis a falhas mecânicas. 

Mendonça cita um número: o país tem 1.400 locomotivas antigas em operação. Se fossem substituídas por novas, seriam necessárias apenas 600 máquinas para tracionar a mesma carga. O tempo das viagens também cairia. 

A idade média das locomotivas no Brasil é de 35 anos, segundo o executivo. "À medida que locomotivas mais confiáveis e mais rápidas passem a rodar consegue-se extrair um uso mais eficiente da mesma malha. Construir novas ferrovias é fundamental, mas custa caro e leva muito tempo. Se a gente conseguir mexer na eficiência, o país ganha uma produtividade com as vias atuais", afirma. 

A malha atual é de 30 mil quilômetros. O governo federal vem levando adiante um programa de concessões ferroviárias. Hoje cerca de 25% das cargas transportadas são transportadas por trens. O Ministério do Desenvolvimento afirma que analisa a proposta da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer) e da Associação dos Transportadores Ferroviários (ANTF) de substituição de frota, que passa, necessariamente, por linhas de crédito específicas. Nos últimos anos, o governo, segundo o ministério, vem adotando medidas como desonerações, regras de conteúdo local e financiamento. 

A GE Transportation inaugurou sua fábrica em 1972 e afirma já ter produzido mais de 1.100 locomotivas no Brasil. A empresa ficou anos sem concorrente nacional. Desde o ano passado, a Caterpillar começou a entregar locomotivas produzidas em sua fábrica em Sete Lagoas, também em Minas. São os dois únicos fabricantes no país. 

A previsão da Abifer é que a produção das duas empresas chegará a 100 locomotivas este ano. As projeções de que haveria demanda de 100 máquinas por ano levaram a empresa a expandir sua fábrica há dois anos, lembra Mendonça. Em 2011, a previsão se confirmou, mas, em seguida, a demanda por locomotivas caiu. 2011 foi um ano especial: a produção de locomotivas ultrapassou a marca das 100 unidades apenas em 1975, 1976 e 1977, segundo a Abifer. 

A GE atravessou o ano passado e este com uma demanda de 50 locomotivas, muito aquém de sua capacidade, de 120 unidades por ano. Este ano, 35 foram para o mercado local e 15 para Colômbia e Moçambique. Mendonça atribui o recuo à redução da demanda chinesa por minério de ferro, bem como às concessões das ferrovias, cujas regras considera pouco claras. 

O faturamento da GE Transportation - que não é divulgado -- caiu, segundo o executivo, mas não na mesma proporção das vendas. Isso porque a empresa buscou novos negócios. "Passamos a fazer painéis eletrônicos de sinalização ferroviária", diz Mendonça. A fábrica está produzindo também motores diesel para geração de energia elétrica. A fábrica tem 550 funcionários. 

A empresa encerrou este ano um programa de investimentos de US$ 35 milhões, iniciado em 2008, para aumentar a nacionalização das máquinas. A empresa deve investir cerca de US$ 10 milhões em 2014, repetindo o orçamento de 2013. 

Matéria publicada em 26/12/2013

Fonte: Valor Econômico/Abifer

Estudo do BNDES aponta que ferrovias e portos devem ter o maior incremento de recursos.

Por Natália Pianegonda


Os investimentos em infraestrutura de transportes devem crescer aproximadamente 55% a partir deste ano até 2014, segundo o boletim Perspectivas do Investimento, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os valores aplicados devem somar R$ 163 bilhões, R$ 58 bilhões a mais que no quadriênio anterior. 

O destaque é para portos e ferrovias. Conforme o levantamento, com o programa de concessões do governo federal e de parcerias público-privadas, o setor portuário deve receber R$ 34 bilhões. O valor é 124% maior que no período de 2009 a 2012, quando foram aplicados R$ 15 bilhões. Isso decorre de diversos fatores, entre os quais a pressão de demanda a que alguns portos estão submetidos, como Itaqui (MA), Suape (PE), Vila do Conde (PA), Vitória (ES), Santos (SP) e Paranaguá (PR) e à expansão dos mercados de commodities de exportação, de contêineres e de carga geral. 

O levantamento também dá destaque para os terminais de uso privado, que passam a movimentar cargas de terceiros com o novo marco regulatório do setor, que entrou em vigor no ano passado. No entanto, conforme o documento, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) deverá acompanhar de perto a operação desses terminais para garantir a execução dos investimentos nas infra e superestruturas. 

Já para o setor ferroviário, a previsão é que os recursos somem R$ 59 bilhões, o que representa uma alta de 108% se comparado com os R$ 29 bilhões investidos no quadriênio anterior devido, em especial, à expansão de ferrovias existentes, como por exemplo a Norte-Sul e a Transnordestina.  

Para aeroportos e rodovias, a perspectiva é que o crescimento seja mais modesto. No primeiro caso, os investimentos passarão de R$ 7 bilhões para R$ 8 bilhões, que representam crescimento de 20%; no segundo, de R$ 54 bilhões para R$ 62 bilhões, o que significa alta de 16%. 

O levantamento avalia 17 setores da economia e prevê que, ao todo, os investimentos terão uma alta de 26% se comparado ao período de 2009 a 2012, o equivalente a um incremento de 4,7% ao ano.  

Agência CNT de Notícias/Intelog 

domingo, 5 de janeiro de 2014

Expresso Turístico retoma viagens a Mogi das Cruzes


Mogi das Cruzes receberá no dia 12 de janeiro a primeira viagem do Expresso Turístico de 2014. O trem sai da Estação da Luz, na capital, e tem valor unitário de R$ 34.

Já com acompanhante o valor fica em R$ 51. Para quem pretende passear em grupo é possível fretar um vagão inteiro que tem capacidade para 88 pessoas.

O turista que vier à cidade poderá fazer seu próprio roteiro ou escolher uma das opções da agência de turismo. O Expresso Turístico tem Mogi das Cruzes como um dos destinos há quatro anos."Já recebemos mais de 7 mil passageiros nestes quatro anos de operação e temos mais de 90% de aprovação”, afirma o coordenador de Turismo de Mogi das Cruzes, Fábio Barbosa.

O Expresso Turístico da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos é uma locomotiva movida a diesel. Ela foi criada na década de 50 e está totalmente restaurada. A composição tem como objetivo integrar os pontos turísticos ao longo da ferrovia.

Mogi para Mogianos
Para os moradores da cidade a opção é o city tour Mogi para Mogianos, que também terá sua primeira viagem no dia 12. Os ônibus saem aos domingos às 10h do Parque Centenário. Os bilhetes podem ser adquiridos antecipadamente no Centro de Informações Turísticas.

A primeira parada será uma visita nas igrejas do Carmo e de São Benedito, no Centro de Cultura e Memória Expedicionários Mogianos, no Museu Visconde de Mauá, no Mercado Municipal e no Monumento Obelisco.

Fonte: Do G1 Mogi das Cruzes e Suzano