segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Governo investe R$ 33 bi para fazer metrô em nove cidades, diz Dilma

Ao todo, os investimentos em mobilidade urbana somam R$ 143 bilhões. Municípios, estados e empresas privadas também entram com recursos.


A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (10), em seu programa de rádio “Café com a Presidenta”, que o governo federal está investindo R$ 143 bilhões em mobilidade urbana, sendo que R$ 33 bilhões são para fazer metrô em nove cidades brasileiras.

Parte dos recursos vem do Pacto da Mobilidade Urbana, anunciado em junho do ano passado pelo governo. “Estamos fazendo obras que vão melhorar o transporte coletivo nas nossas grandes e médias cidades, e dar mais qualidade à vida das pessoas”, afirmou Dilma.

Ao todo, serão construídos 3,5 mil quilômetros em obras de transporte coletivo, que incluem metrôs, trens urbanos, monotrilhos, aeromóveis, VLTs - que são os Veículos Leves Sobre Trilhos - além dos corredores de ônibus ou BRTs, informou a presidenta.

Os investimentos no metrô devem beneficiar as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Fortaleza, Brasília, Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte. Já os Veículos Leves sobre Trilhos estão sendo construídos em dez cidades no país, entre elas, Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife, Cuiabá, Santos, Natal, Maceió, Goiânia, João Pessoa.

Prioridade
De acordo com Dilma, os investimentos em transporte sobre trilhos estão sendo priorizados. “O transporte sobre trilhos é um transporte de alta capacidade, ele tem capacidade para transportar milhares e milhões de pessoas. E, ao mesmo tempo, ele garante o deslocamento dos passageiros de forma muito mais rápida e mais segura”, destacou a presidente.

Além do investimento do governo federal de R$ 33 bilhões em metrô, os estados e municípios vão entrar com R$ 15,5 bilhões. Segundo Dilma, haverá ainda recursos de empresas privadas.

“Foram muitos e muitos anos sem o governo federal investir em transporte coletivo, principalmente não investindo em metrô. Na verdade, o governo federal fazia o seguinte, lavava as mãos e falava: Não. Esse não é um problema meu. Para o meu governo, é um problema meu. E nós, por isso, mudamos a nossa relação com o transporte urbano”, acrescentou Dilma.

Do G1, em São Paulo

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Metrópoles adotam mais ônibus e menos trilhos para expandir transporte público, diz estudo do C-40


Custos elevados e demora para construção de metrô e trens leva megacidades a criar corredores expressos e soluções com veículos poluentes

Por Daniel Haidar, do Rio de Janeiro

Apesar dos custos ambientais do uso de combustíveis poluentes, os governos das metrópoles priorizam a expansão de ônibus como opção de transporte público a moradores. A constatação aparece na pesquisa Ação Climática em Megacidades Volume 2.0, divulgada nesta quarta-feira pelo C-40, grupo que reúne líderes das grandes cidades do mundo para decidir e adotar medidas contra as mudanças climáticas. Segundo o estudo, das 59 cidades analisadas, 17 delas priorizaram ampliar rotas e frequência de ônibus em 2013. Outras doze metrópoles adotaram, ao menos na maior parte da cidade, ações do gênero, enquanto outras doze tinham em andamento projetos-pilotos para ampliar essa modalidade de transporte.

Enquanto isso, sistemas de transporte de massa como metrô ou trens só tiveram ações de expansão em oito cidades, em iniciativas que envolvam todo o território municipal. Seis metrópoles também declararam ter adotado ações para expandir a malha ferroviária ao menos na maior parte do território urbano. O predomínio de um modelo de transporte rodoviário acarreta custos ambientais. As cidades respondem por 70% das emissões de carbono do mundo e os combustíveis utilizados no transporte urbano são o principal vilão. Só cinco cidades adotaram ações para obter alta eficiência de consumo energético e baixíssima emissão de carbono em ônibus, enquanto sete metrópoles tiveram iniciativas do gênero ao menos na maior parte do perímetro urbano.

Embora o predomínio dos ônibus como sistema de transporte seja considerado inevitável devido aos altos custos de construção e operação de metrô ou trens, apareceram no ano passado mais iniciativas para otimizar o trânsito, como modelos de Bus Rapid Transit (BRT), iniciado na década de 70 em Curitiba. O estudo aponta que 29 cidades, das 59 pesquisadas, iniciaram esquemas de BRT em 2013, sendo que só 13 tinham iniciado projetos do gênero em 2011, no estudo anterior. Outro recurso bastante adotado por cidades é a criação de sistemas de compartilhamento de bicicletas. Eram seis cidades em 2011 e passaram a 36 em 2013.

“Acabamos de construir um novo metrô que está quase aberto em Nova York. Mas esses são projetos que levam décadas e bilhões de dólares se comparado com sistemas de Bus Rapid Transit. Você pode querer construir seu metrô algum dia de qualquer jeito, mas o BRT pode ser feito hoje”, disse Bloomberg.

Paes defendeu a opção por BRTs como forma de reduzir as emissões de carbono. O prefeito carioca afirmou que o corredor Transcarioca, que vai ligar o Aeroporto do Galeão a Barra da Tijuca, vai tirar 2.500 ônibus de circulação das ruas. “Eu queria que o Rio tivesse mais dinheiro para construir 100 quilômetros de metrô, mas não temos. E mesmo assim estamos construindo trechos de metrô. Não há disputa que coloque (a escolha de) BRT contra metrô”, disse o prefeito do Rio, que agora preside o C-40. 

Enquanto iniciativas são discutidas, cresce a expectativa de que prefeitos contribuam para a redução dos gases do efeito estufa. As 59 cidades do C-40 assinaram memorando na conferência Rio+20, em junho de 2012, em que se comprometem a adotar medidas para evitar a emissão de 1 bilhão de toneladas de gases-estufa até 2030. Em 2010, foram lançados na atmosfera 1,7 bilhão de toneladas por essas 59 cidades. A principal mensagem do C-40, que era presidido por Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York, e passa ao comando de Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, é que as prefeituras podem comandar e até liderar iniciativas para mitigar as mudanças climáticas e reduzir as emissões de carbono. Essa pretensa agilidade contrasta o imobilismo de fóruns da ONU sobre o meio ambiente que dependem do consenso de chefes-de-estado e chefes-de-governo. Paes será empossado oficialmente como presidente do C-40 nesta quarta-feira em Joanesburgo, na África do Sul, mas Bloomberg vai continuar a protagonizar discussões como presidente do conselho do C-40.

O discurso ambicioso do grupo, expresso pelo prefeito do Rio, é que o C-40 mostrou que prefeituras podem agir com mais efetividade até do que o governo federal de seus países. "Prefeitos podem agir com mais efetividade do que o governo federal", disse Paes. Bloomberg defendeu que iniciativas de governantes municipais podem ter impacto global e que o colegiado de líderes ajuda a disseminar boas práticas contra mudanças climáticas.

“Obviamente, nós não temos a habilidade de forçar ninguém a fazer nada. Mas o fato de estar visível nos nossos relatórios quem está fazendo o quê é um incentivo muito forte”, disse Bloomberg.

Fonte: Via Trolebus

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Sem fiscalização, vagões femininos são desrespeitados no Rio: "a maioria é homem"


Vigora no Rio de Janeiro, desde 2006, uma lei estadual (4.733) que disponibiliza vagões exclusivos para mulheres nos trens e metrôs durante os horários de pico (de 6h às 9h e das 17h às 20h). A regra, no entanto, é controversa e pouco cumprida.

De acordo com o relatório de fiscalização e indicadores operacionais de outubro de 2013 – o mais recente disponível – da Agentransp (Agência Reguladora dos Serviços Públicos Concedidos de Transportes do Rio), naquele mês, de 2.039 carros femininos inspecionados, em quase 60% haviam homens.

Até este período do ano passado, as piores situações costumavam ser encontradas no ramal Belford Roxo, que, em julho, chegou a ter quase 100% dos carros inspecionados com a presença de homens.

Números da SuperVia

40% dos 3.260 trens inspecionados não contavam com iluminação completa

30% de 3.076 trens em operação tinham janelas avariadas

40% dos trens, entre 5.799 fiscalizados, estavam sujos externamente

10% de 3.262 trens analisados em uso estavam sujos internamente

445 trens circularam com as portas abertas, entre 5.790 inspecionados

Dados de out.2013, divulgados pela Agetransp

A SuperVia, concessionária que gere os trens urbanos do Rio de Janeiro, afirma que cumpre com a Lei Estadual nº 4.733/06, que determina a identificação e disponibilização de um carro exclusivo para mulheres nos horários de maior movimento, mas que não tem autonomia para retirar os homens de dentro dos vagões femininos. A Supervia afirma ainda que investe em campanhas de conscientização para orientar e ampliar a boa convivência também dentro dos trens.

Ana Paiva, 70, é auxiliar-administrativa e pega, de segunda a sexta, um trem entre Olaria e São Cristóvão, justamente no horário de pico. Para ela, o carro feminino pouco faz diferença.

“Às vezes procuro [o vagão rosa], mas às vezes está cheio, e a maioria tudo é homem”, contou. Ela diz também que são raras as vezes em que consegue viajar sentada –enquanto ela falava com a reportagem do UOL, de pé, vários homens dormiam sentados no vagão feminino, por volta das 7h30. 

Para os homens, a justificativa para burlar a regra é a superlotação dos demais vagões, enquanto os das mulheres fica, geralmente, mais vazio. Para Marcos César, que pegava uma composição da Penha à Central, no ramal de Saracuruna, também por volta das 7h30, a situação é injusta.

“Respeitar eu respeito [as mulheres], mas vou deixar de trabalhar porque só elas podem entrar no vagão e os outros não têm nem condição de entrar? A culpa é minha? Complicado!”, diz.

A babá Noelia Nunes relata que já passou por situações de assédio no vagão feminino. “Tava [sic] o trem muito apertado e ele vinha nas minhas costas. Eu falei ‘se você encostar de novo, te dou uma bolsada na cara’, e ele achou ruim”, lembra.

Segundo ela, a fiscalização só coíbe a entrada de homens nos carros na Central, quando há agentes por perto. “Não vejo avanço, continua tudo do mesmo jeito. O vagão é da mulherada, mas os homens tão entrando”.

Embora a reclamação dos homens seja a de que a lei piore a lotação dos trens, para o professor Hostilio Ratton, do Programa de Engenharia de Transportes da pós-graduação da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), ela não muda muito a situação em relação à qualidade do sistema.

“Claro que a reserva de carros só para as mulheres e no horário do pico também em princípio concorreria para a pior qualidade do transporte. Mas, como o transporte já é muito ruim e, por ser ruim, não consegue assegurar a aplicação da lei, o efeito sobre a qualidade já ruim do transporte é desprezível. Não melhora para as mulheres e não piora para os outros”, diz.

Segundo a professora da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo e representante do Brasil no Comitê sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mulher da ONU (Organização das Nações Unidas) Silvia Pimentel, a ideia de um vagão separando homens de mulheres revela um estágio civilizatório muito primitivo da população, repleta de estereótipos machistas e patriarcais.

Para Silvia, a lei dos carros femininos funciona enquanto estágio temporário para uma mudança de comportamento. Mas, por ser de 2006 e ainda haver relatos de abusos, pode ser questionada. “Ela só faz sentido acompanhada de programas na área de educação e cidadania”, diz.

Já a Agetransp diz que fiscaliza a disponibilização dos vagões, de agentes de apoio e de sinalização por parte das concessionárias, conforme previsto em lei. E esclarece ainda que, embora fiscalize a presença dos homens em vagões exclusivos, não cabe multa à SuperVia, que cumpre a determinação de oferecer os carros, e nem aos passageiros irregulares – conforme texto da lei.

Segundo José Luiz Lopes Teixeira, gerente de fiscalização da Agetransp, os carros femininos são uma questão complexa, na qual a ação coercitiva pode ser um complicador.

“A repressão atrasa. Nossa tentativa é de gerar cada vez mais um comportamento por cultura, trabalhando em relação a esse aspecto. O usuário faz parte do sistema, o comportamento dele pode piorar ou melhorar a situação”.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

VLT é o melhor transporte público para Palmas, apontam internautas.


Por Jesana de Jesus | Do G1 TO

Cerca de 72% dos internautas consideram que o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) seria o melhor sistema de transporte público para Palmas. A enquete, que buscou saber a opinião dos palmenses, foi publicada pelo G1 na última quinta-feira (31) em meio a discussões envolvendo a Prefeitura de Palmas e o Governo do Tocantins, que apresentaram propostas diferentes para o transporte público da capital.

Apenas 27,96% dos que votaram, acreditam que o Bus Rapid Transit (BRT), se implantado, traria mais benefícios para os palmenses. Confira o resultado aqui. O sistema foi apresentado pela prefeitura da capital na última quarta-feira (29).

Segundo a gestão, o sistema BRT prevê a instalação de uma via rápida destinada ao transporte coletivo, partindo do canteiro central da avenida Theotônio Segurado, ligando de um lado o setor Santo Amaro e de outro uma bifurcação que divide os caminhos para Taquaralto e Taquari. "Serão aproximadamente 35 km de corredor expresso ininterrupto que possibilitará ao usuário conforto e rapidez", informou a prefeitura.

"O BRT tem um custo muito menor e ela tem a sua direção de canaletas exclusivas. Então a parte operacional se assemelha ao metrô de superfície. É um sistema que se encaixa perfeitamente para Palmas", defendeu o presidente do Instituto de Planejamento Urbano de Palmas (IMPUP) Luis Masaru Hayakawa.

O VLT é uma proposta do Governo do Tocantins. O Estado afirma que o sistema traria benefícios não apenas para Palmas, mas também para outros municípios, já que o objetivo é ligar toda a região metropolitana da capital, que abrange 16 municípios da região central do estado. "Um não exclui o outro. Agora o estado tem que ter uma visão mais longa para implantar os projetos por etapa", defendeu o secretário estadual de energias limpas e projetos especiais Joaquim Guedes.