sábado, 26 de outubro de 2013

Dilma anuncia R$ 5,4 bi para mobilidade urbana em SP

Presidente levou o prefeito Fernando Haddad à cerimônia, um dia depois do desgaste pela aprovação do aumento do IPTU na capital paulista

A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta sexta-feira investimento de 5,4 bilhões de reais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para expansão do transporte público em São Paulo.

Pela primeira vez desde que decidiu destinar 50 bilhões de reais do PAC para mobilidade em meio às manifestações de junho, Dilma anunciou o investimento na sede do governo de São Paulo, ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Dilma levou à cerimônia o prefeito da capital paulista, Fernando Haddad (PT), que enfrenta desgaste após aprovar na noite desta quinta o aumento do IPTU. A elevação do imposto na capital terá forte custo político nas eleições de 2014, quando o PT tentará desalojar o PSDB do governo do estado.

Além disso, a presidente tem feito um esforço para se aproximar dos prefeitos no país, de olho em ampliar seu eleitorado - nesta quarta, inaugurou uma creche em Belo Horizonte (MG) - reduto do senador tucano Aécio Neves - e, nesta quinta, anunciou 13,5 bilhões de reais para obras municipais de saneamento e pavimentação.

"A gente tinha de pedir autorização ao FMI [para investir]. Por isso foi tão bom, não é governador, a gente ter pagado a dívida com o FMI [Fundo Monetário Internacional], que não supervisiona mais as nossas contas. Isso nos dá a possibilidade para que hoje, então, a gente possa chegar aqui e anunciar uma parceria com o governo do estado, de 5 bilhões e 400 milhões de reais", disse a presidente, em referência ao período em que o país era governado pelo tucano Fernando Henrique Cardoso.

Esta foi a primeira vez também que Alckmin participou do anúncio de investimentos em transporte público ao lado da presidente desde junho, quando os protestos colocaram o tema na pauta do governo federal. O tucano não foi ao anúncio de 8 bilhões de reais para a prefeitura paulistana e de 2,1 bilhões de reais para prefeituras do ABC paulista, reduto eleitoral do PT na Grande São Paulo. Nas ocasiões, ambas em agosto, a maior parte dos recursos estava prevista para corredores de ônibus, feitos pelos municípios.

Na cerimônia, Alckmin citou a "parceria histórica com o governo federal" e aproveitou para lembrar a intenção de levar o metrô, uma de suas apostas para a reeleição, para as cidades governadas por petistas no ABC - o chamado cinturão vermelho ao redor da capital.

"Apesar de chamar transporte metropolitano, as linhas estão retidas na cidade de São Paulo. Pela primeira vez, o metrô vai sair da capital e será expandido ao ABC, saindo do Tamanduateí e passando por São Caetano, Santo André e São Bernardo do Campo. Nós pretendemos abrir licitação para uma parceria público-privada o quanto antes", afirmou o governador.

Obras - Os recursos anunciados por Dilma serão usados para expansão da Linha 2 - Verde do Metrô, das linhas 9 - Esmeralda e 13 - Jade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) - a última ligará a Zona Leste ao Aeroporto de Guarulhos. O dinheiro também será usado para reforma de dezenove estações da CPTM, que deverão atender às normas de acessibilidade após a modernização.

O investimento faz parte do pacote de 50 bilhões de reais em mobilidade urbana previstos pelo PAC 2. "Seria impossível para os estados e municípios tocarem obras sem o apoio do crédito barato e garantido do governo federal", disse a presidente em sua conta do Twitter antes do evento.

De acordo com o governo estadual, nesta etapa, a União deve arcar com 1,34 bilhão de reais e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai emprestar 1,5 bilhão de reais. Os outros 2,56 bilhões de reais serão complementados por fontes ainda não definidas.

“Iremos continuar financiando obras de mobilidade urbana, porque, sem isso, não sai obra de longo prazo no Brasil. O financiamento tem prazo de trinta anos, com cinco anos de carência e juros subsidiados”, afirmou a presidente. "As coisas são assim mesmo, os prefeitos colocam um pouco, o estado coloca um pouco e a gente coloca mais um pouco", completou.

Revista Veja

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